sexta-feira, 22 de junho de 2012

MANIFESTO POR UMA PARAÍBA LEITORA




O Manifesto por uma Paraíba Leitora faz parte do Movimento por um Brasil Literário e foi lançado em 31 de maio de 2012, durante o Encontro de Incidência em Políticas Públicas da Paraíba, realizado pelo Polo de Leitura na Rede e objetiva expressar o compromisso da cadeia mediadora de leitura literária da Região Metropolitana de João Pessoa em expandir o debate a cerca da importância da leitura e mobilizar esforços para a construção dos planos municipais e do Plano Estadual do Livro e Leitura do Estado da Paraíba.


MANIFESTO POR UMA PARAÍBA LEITORA
 
 
Ler, um direito de todos
Houve um momento na história humana em que o conhecimento esteve diretamente relacionado à imediata necessidade de sobrevivência. Todo o esforço dos indivíduos era canalizado na perspectiva de conhecer e dominar o espaço, agir sobre ele, de modo a garantir sua existência, observa Luiz Percival Leme Brito*. Passada essa fase primitiva da história e garantidos os recursos fundamentais para a sobrevivência, homens e mulheres se desprenderam do imediato e se lançam na infinda aventura de indagar as razões de ser, agir e sentir o mundo. As crianças nascem imersas num mundo fantástico e fantasioso de experimentos e conhecimento, fruto da acumulação histórica. Seu espírito está imbuído da necessidade de especular sobre a vida e confrontar os arranjos que a cercam e a norteiam. Desta forma surge a filosofia cujo interesse é a indagação sobre a existência, a ciência preocupada em conhecer a organização da matéria, a política centrada na organização coletiva da sociedade e a arte focada em expressar a condição da existência humana, em todas as dimensões reais e possíveis, e em tornar-nos capazes, através da poderosa faculdade da imaginação, de criar os projetos que nos levem adiante no processo de humanização.

Sem a imaginação, compartida por todos, não há projeto de futuro melhor. Neste sentido a literatura, como parte da arte, constitui, na sociedade contemporânea, um dos exercícios fundamentais de expressão, compreensão, inserção e criação social, não somente capaz de manifestar as inquietações e percepções do indivíduo e da sociedade real, mas, e sobretudo, de fazer circular na coletividade, a busca de aperfeiçoamento da condição humana, a partir da representação e da invenção.

Partindo do princípio de que a leitura e a escrita são sustentáculos da sociedade contemporânea, condição imprescindível para a inserção dos indivíduos nos arranjos sociais da atualidade, e na projeção de um futuro digno, e do fato de que um contingente expressivo da população brasileira, encontra-se excluído do acesso a esse bem cultural, o Polo de Leitura na Rede com o apoio do Programa Prazer em Ler, expressa sua intenção e compromisso de contribuir para a democratização do acesso ao livro, incidindo na defesa e garantia de políticas públicas de leitura e estimulando o gosto e a fruição literária a fim de contribuir para a construção de uma sociedade paraibana de leitores.

Posto que a leitura e a escrita constituem-se como recursos capazes de melhorar as condições de vida e as possibilidades de emancipação do indivíduo no mundo, reconhecemos a literatura como direito básico e fundamental para a formação de todos os cidadãos e cidadãs brasileiros. Nesta perspectiva, afirmamos nosso compromisso de sensibilizar, articular e mobilizar forças para a construção do Plano Estadual do Livro e Leitura (PELL), convocando os distintos segmentos da sociedade civil paraibana, comprometidos com o processo de criação, produção, circulação e mediação do livro, o Poder Legislativo Estadual e o Poder Executivo para estruturar e sancionar a Lei Estadual do Livro do Estado da Paraíba.

Não queremos ser leitores privilegiados na sociedade. Mas, fazer parte do privilégio de sermos uma sociedade de leitores.
Contatos: jbenebrito@gmail.com
leituranarede@hotmail.com
José BENEdito de BRITO / Colaboração: Maria Valéria Rezende
IFPB - João Pessoa, 31 de maio de 2012.

(* Literatura, conhecimento e liberdade, in: Nos caminhos da literatura, Peirópolis, 2008.)

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