terça-feira, 24 de maio de 2011

Poema de Vanildo Brito



7
 A Raça-Mãe e suas geometrias

já sepultas estão. Porto sem caís,
o Planeta contempla as suas luas
sulcando o sulco amargo dos canais.

A Raça-Mãe rumina o seu degredo.
Aquém no tempo, naves ancoradas —
Syrtis Major, Calixto, Ganimedes —
ó memória nas rotas orbitada!

Agora a Raça-Mãe ante os humanos:
o milenar e repetido encontro.
Há um gosto de tempo e olhos bebendo
o céu violeta, os gelos e as montanhas.

Como cinza estrelar na imensa tarde
a morte em Marte seus desertos arde.


De A Construção dos Mitos

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